15 fevereiro 2012

O ensino do Português em Timor-Leste

EXCLUSIVO DW - Português 

Apesar de fazer parte da CPLP, Timor-Leste é um dos países com menor penetração da língua portuguesa. Por todo o território fala-se cerca de 20 línguas e diferentes dialetos para além do indonésio. Apenas 15% da população fala Português.

Durante a ocupação Indonésia a língua de instrução obrigatória no território passa a ser o Bahasa Indonésio. Era proibido falar Português em qualquer espaço público exceto na Igreja.
O Tétum Praça, resultante da mistura do Português e do Tétum Terik, foi utilizado durante o período de colonização como meio de entendimento entre a administração colonial portuguesa e o povo de Timor. Durante a ocupação indonésia o Tétum viria a desenvolver-se dentro da Igreja com a ajuda do então proibido Português tornando-se a língua de unidade nacional. Atualmente o Tétum é a língua oficial de Timor-Leste juntamente com o Português.

A razão porque a língua portuguesa é pouco utilizada no dia a dia da população timorense deve-se ao fato da falta de preparação adequada por parte dos agentes de ensino. Os professores timorenses pretendem obter mais formação. Muitos se queixam de estar mal preparados para ensinar a língua portuguesa. Em Ataúro, dois professores locais que tive oportunidade de conversar em Junho de 2011, confessaram que têm orgulho em ensinar Português no entanto referem que a escassa formação que receberam em língua portuguesa é um dos fatores atribuídos à fraca prestação na aprendizagem da língua por parte dos jovens.

Em Sidney, conversei com dois estudantes timorenses. Sarmento Tong, fala Português e declara que o conhecimento da língua portuguesa obtida na Universidade Nacional de Timor-Leste através do protocolo da Fundação das Universidades Portuguesas o ajudou a "melhor interpretar a língua Inglesa". O Português serviu como base de aprendizagem. 

O outro estudante, Abílio Soares, teve uma pequena experiência em Portugal contudo o seu objetivo sempre se focou por aprender Inglês. "Queria ir para Inglaterra" afirma. Abílio acrescenta que a fraca adesão à língua portuguesa por parte dos jovens timorenses se deve a falta de pratica, " os jovens aprendem Português na escola mas depois quando regressam a casa não tem ninguém com quem conversar e praticar" declara Abilio em entrevista para a Deutsche Welle Radio (DW) em Português.

Os media podem ter um papel preponderante na disseminação do Português em Timor-Leste, sobretudo se alargarem a oferta de programas em Português para os jovens como desenhos animados e exibir mais ficção portuguesa quer na TVTL quer na RTP Internacional. Os jovens timorenses vem muita televisão quando chegam a casa mas a preferência passa pelos canais indonésios pois a programação é bem mais atraente. 

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