02 março 2007

Fecham-se as janelas quando se abrem as “Portas”

Percebo pouco ou nada de politica. Mas não é por isso que vou deixar de mandar “postas de pescada”.
Ainda esta tarde, o professor de TEJ, ex-director do JN comentava algo parecido com: Não falem daquilo que não percebem e calem-se daquilo que saibam. Embora não concorde com parte da afirmação, o docente tem a sua piada e pode até ter razão.
Contudo, como ninguém lê este blogue e eu preciso desenvolver a escrita, cá vai o que provocou a fervura do sangue que sinto nas pontas dos dedos:
Quinta-feira, 20h17m, recebo o seguinte “alerta sic" no mail: “CDS-PP: Paulo Portas anuncia regresso à vida política activa e candidatura à liderança do partido”.
Como habitualmente estou em casa a essa hora, abri mais uma janela para o mundo – liguei a televisão – e lá estava ele, o ex-ministro da defesa do último governo da coligação azul/laranja, cheio de pinta, a proclamar o regresso à vida política activa e ao Partido Popular.
É obvio que figuras como Paulo Portas quando definem determinados projectos é para os liderar e assim foi. Apresentou-se como candidato à presidência do CDS.
Até aqui tudo bem mas não foi essa a interpretação que tive do referido discurso... Fiquei com a ideia que Paulo Portas estava, presunçosamente, assumir-se como líder natural do partido.
Com que "cara-de-pau" fica Ribeiro e Castro após tudo isto? Deverá demitir-se? Candidatar-se à liderança e humilhar-se ainda mais com a inevitável derrota? Certamente não deverá ter sido surpresa para ele mas fica a sensação de passagem de um certificado de incompetência ao quase ex-lider do CDS/PP. Já tinha lido - no fim-de-semana passado – uma noticia a anunciar o regresso de Portas. Pensei que Ribeiro e Castro apresentasse a demissão antes das declarações desta noite, transmitidas em directo, no CCB. É certo que o actual líder dos azuis pouco tem feito para aparecer nos cabeçalhos das primeiras páginas dos jornais. Ele é mesmo assim pouco dado a polémicas e avesso ao mediatismo. Tal não significa que seja incompetente. Foi até corajoso quando tomou a liderança de um partido desfeito, depois de Portas ter batido com a porta.
Não estou a defender Ribeiro e Castro (não é meu parente!). Nem sequer sou deste ou daquele partido. Mas entendo que após esta entrada triunfante do velho líder, o actual devia apresentar a demissão, se calhar o deveria ter feito antes do anúncio. Teria sido mais condigno.
O regresso de Portas poderá tornar-se uma mais valia para a oposição. É normalíssimo este vaivém de figuras políticas. O que não acho normal é a forma como se deu este regresso, em particular.
Como afirmei no início desta “pescada” não entendo nada disto. Estou apenas a reagir a um discurso que vi, através da televisão. No exacto momento em que as “Portas” se abrem e provocam uma forte corrente pela casa, que começou numa ponta e terminará na outra com o estrondoso bater das “Janelas"... Está instalada a crise naquele partido, seguiremos os próximos capítulos...

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