09 agosto 2009

Sudoeste o festival


Dia zero
A caminho do sudoeste, juntamente com Carlos Daniel Rego, jornalista freelancer tal como eu. Objectivo: embrenharmo-nos no verdadeiro espírito festivaleiro. Tenda às costas, meia dúzia de euros e material de trabalho.
Saímos do Porto pelas 17h, chegamos à Zambujeira do Mar pelas 11h do dia seguinte. Sempre pela nacional tentamos redescobrir a velha ligação entre Porto e Lisboa. Parte do troço está já totalmente desvirtuado e convertido a IC, mais rápido, possivelmente mais seguro mas, menos vistoso e simpático.


Algumas das localidades que encontramos pelo caminho são verdadeiras relíquias do “Portugal no seu melhor”, exemplo disso a “Venda das Raparigas”, uma localidade no concelho de Alcobaça. A noite já ia avançada e quando vi a placa a destacar esta curiosidade, decidimos parar e auscultar pelas “anunciadas” raparigas! Mesmo à face da estrada um café com a mesma denominação da terra. A tentação para entrar foi grande, seria a versão portuguesa do “rancho das coelhinhas”?!


A curiosidade desvaneceu-se quando reparamos nos inúmeros camiões estacionados no parque de estacionamento.


Já de madrugada, decidimos por uma passagem pela capital, Parque das Nações, casino e, como habitual, o Bairro Alto. Algumas “bjekas” para atestar o depósito, um pé-de-dança aqui e acolá. Até ofereceram cocaína ao Daniel, por três vezes, o que o levou a questionar se tinha “aspecto de coquinado?!”


De volta à estrada, pela 25 de Abril, até Setúbal. Breve paragem numa Estação de Serviço para tomar o pequeno-almoço. Acabamos por conhecer um reparador de navios, “tenho um estaleiro” afirma peremptoriamente, “ e casa na Rep. Dominicana”! Um homem de meia-idade, bem-parecido e com ideias muito fixas sobre a politica e os políticos do nosso Portugal.


Da política ao futebol, do processo Casa Pia ao Freeport, a converseta estava agradável mas tínhamos que regressar à estrada.


Já no Alentejo o cansaço era insuportável, o Daniel já não via nada à frente dele e eu já não dizia coisa com coisa. Decidimos parar em Sines, junto ao mar, para tentar dormir mas como fomos num carro de apenas dois lugares chegamos à conclusão que o melhor seria encontrar um terreno à face da estrada e esticar o pernil - a praia de Sines estava em manutenção, alguns “alisadores de areia” abrilhantavam o local para receber os banhistas. Dito e feito, sacamos os colchões da mala e deitamo-nos a dormir. O pior de tudo foi o facto de me ter deitado em cima de um formigueiro. Acordei com formigas até no nariz! O Daniel teve mais sorte e conseguiu descansar o suficiente para continuarmos a viagem.


Chegamos à Zambujeira pela hora do almoço, fizemos a credenciação e entramos no recinto à procura de um local para montar a “barraca”…

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