23 março 2007

Carta ao Provedor, escrita sobre o espelho!

Faz-me confusão os motivos que levaram a tanta contestação, por parte dos utentes que utilizam os transportes públicos, na Invicta, no passado mês de Fevereiro, feita aos autocarros (STCP).

Apresento aqui, através deste blogue, a minha gratidão aos Serviços de Transportes Colectivos do Porto pela implementação da nova rede, que vigora desde Janeiro de 2007, cujos serviços prestados de forma tão exemplar, muito têm contribuído para o sucesso das minhas actividades diárias!

Obrigado STCP, pelas longas horas de espera que tenho de suportar quando vou apanhar o autocarro, para completar um percurso que supostamente efectuaria em 20 minutos. Assim, jamais teria a oportunidade de conhecer e falar pessoalmente com o meu patrão. Chamou-me, ao seu gabinete, para me advertir que andava a chegar muito cedo(!) e que esse facto, regista-se, estranhamente, desde Janeiro. Chegou até a elogiar-me com a mítica frase “Ano novo, vida nova”!
O tempo de seca, não só permite que termine um cigarro, como também, fume mais meia dúzia. Os meus pulmões agradecem!

Felicito os coordenadores que deram directrizes aos motoristas para efectuarem os trajectos sempre juntos uns dos outros, ou seja, autocarro atrás de autocarro. Quando efectuam percursos diferentes, o que vai atrás, deve ultrapassar o da frente, quando este, está na paragem a receber passageiros! Não só perco um autocarro, como perco todos os outros de uma vez só. Aqui entra a frequência, que é de tal maneira, que quando aparece um autocarro, viaja-se confortavelmente amassado e espezinhado, que nem lata de atum. Antes o cheiro a atum do que o cheiro a sovaco. Obrigado STCP!

Saúdo esta empresa pela inteligência dos seus condutores, especialmente, quando têm a preocupação de ajustar a porta de saída bem juntinho dos carros - que ali se encontram mal estacionados - quando efectuam as suas paragens. Tal acto, dá-me o privilégio de praticar um dos meus fetiches - caminhar por cima dos tejadilhos!

Cumprimento esta sociedade, entre privados e Estado, por ter reduzido significativamente a constância dos seus transportes nos fins de semana. Assim, permite-me ter mais tempo para estar ao frio, sujeito aos larápios que irrompem das penumbras e dirigem-se a mim com a mesma lábia de sempre:

- “Ó coleguinha arranja aí um cigarrito!?”
– Não tenho! Afirmo peremptoriamente.
- “ E uns trocos tens?”
– Também não maninho*, estou sem “cheeta” (aplico, tacticamente, meia dúzia de calão para ser facilmente distinguido entre os “otários” e os “mitras”).
– “Ya mano* tasse bem…” (*recebe a palavra chave e afasta-se).

Louvo os STCP, pela implementação de novas linhas, especialmente a linha ZL e ZH. Têm registado tanta utilidade que circulam sempre cheios!

Aproveito ainda o ensejo para congratular a iniciativa que tiveram em abandonar a circulação, à noite, pelo centro do Porto. Aquela zona tinha tanta gente que agora passa haver sossego para quem executa funções nocturnas nos bancos da Avenida. Os seguranças podem, finalmente, dormir descansados. Os larápios já não têm transporte!

Os manequins, de Santa Catarina, podem descansar os pés (após tantas horas de pé nas montras), e talvez, tal como os vigilantes, dormir uma soneca!

Por tudo isto, agradeço aos STCP, pelo excelente serviço público que prestam á comunidade portuense e ainda recomendo que aumente o preço dos passes. A qualidade do serviço é de tal ordem que não faz sentido pagar tão pouco!

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